terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Hoje fomos sózinhos à praça central de Tiananmen. Este local é considerado o centro da China e de importância fundamental na história do país. Aqui estão três grandes monumentos de valor histórico: a cidade proibida (imperial), o monumento aos herois da guerra de libertação contra o Japão (2º Grande Guerra) e o mausoléu do “grande” presidente Mao Zedong. Existem outros mas são relativamente menos importantes do que estes.

Senti, pela primeira vez e inesperadamente o que significa repressão, intimidação e sensura quando caminhava nesta quarta-feira pela Praça. Tropas Chinesas por todo o lado, algumas em marchas constantes à volta da praça, olhares militares para ti como que a controlar todos os teus passos. Tirei uma fotografia à Paula prontamente sensurada por uma senhora visivelmente transtornada com qualquer coisa (disse para lá uns dislates quaisquer que eu, no meu Chinês fluente, ignorei). Não havia muita gente na Praça ou situação protocular que justificasse um aparelho militar daquela dimensão. Virei as costas e meti-me num restaurante com vistas para a Praça para provar o verdadeiro “pato pequim”.

Uns dias mais tarde, num sábado, voltei à Praça de Tiananmen desta vez inserido no meu “tour” com guia pela China. Não haviam militares à vista, nem sequer um para dar um colorido vermelho à Praça. Nada. Tirei fotografias a tudo, até à fila interminável para ver o corpo do Sr. Mao Tse Tung e nem sequer um olhar de suslaio, um olhar repreendedor ou comentário. Na praça reinava a tranquilidade e a liberdade, mais parecia que estava a tirar fotos à àrvore de natal nos Aliados. Só existe uma explicação para isto: o turista vê aquilo que o governo Chinês quer que as potências estrangeiras vejam. O fim de semana opéra milagres!

Sem comentários: