segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Beijing (Pequim)

Pequim é a capital politica da China. Tem 16 milhões de habitantes e é umas das maiores e mais poluidas cidades do mundo. Como devem imaginar o choque foi grande...não, não devem sequer imaginar. Quando chegamos a Pequim senti-me como tivesse entrado numa máquina do tempo e recuado à infeliz década de 40 do século XX. Por mais incrível que pareça, eu tinha uma sensação de “dejá vu”, de uma familiarização com o meio que não conseguia compreender. Não foi preciso muito tempo para descobrir: Pequim é uma versão em grande escala do eixo Amadora – Buraca – Pontinha (ABP). Não me refiro às pessoas (aliás, tenho que fazer um texto só para falar sobre os chineses) mas à arquitectura, ao nível de vida e ao conceito estético. Pequim é construido ao estilo bem Português de substituição de barracas por bairros sociais em que a maior preocupação é maximizar o número de pessoas por metro quadrado e não por dar o mínimo de qualidade de vida às suas gentes. É, Pequim é tal e qual o eixo ABP para as pessoas mas salpicada de edificios de grande valor histórico (aqueles que resistiram à revolução cultural das décadas de 50 e 60). Quando referi que no Dubai as paredes eram mudas no meio de tanta sumptuosidade, na China as paredes contam a vida de um povo no meio de tanta humildade.

Também existe em Pequim - a nova Pequim - os grandes arranha ceús, as paredes de vidro e o grande capital estrangeiro. Aliás, Pequim vai receber os jogos Olimpicos dentro de apróximadamente 9 meses mas a mim só me interessa mesmo a realidade humana, não a efémera fachada do capital. Por detrás do mais fantástico edificio está um bairro de lata miserável. As coisas estão a mudar muito rápidamente em Pequim e para melhor. Não podia ser de outra maneira.

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